Um casal de Santa Maria que foi investigado pela Polícia Federal por suspeita de abuso sexual contra oito crianças foi indiciado nesta sexta-feira. O delegado José Antonio Amaral concluiu que o homem de 36 anos e a mulher dele, de 24, teriam praticado estupro de vulnerável contra cinco crianças entre 10 e 11 anos, estupro qualificado contra dois adolescentes entre 14 e 17 anos e ato libidinoso contra uma criança de 7 anos. Além disso, eles são suspeitos de lesão corporal por terem colocado brincos e piercings nas crianças sem autorização dos pais e de terem fornecido às crianças e adolescentes produtos que causam dependência física ou psíquica.
As vítimas contaram ao delegado que foram induzidas a visualizar material com cena de sexo explícito. De acordo com Amaral, durante as investigações, as crianças e os adolescentes relataram que eram constrangidas, mediante violência e ameaças, a praticar os atos sexuais. Algumas vítimas contaram que chegaram a ser espancadas e agredidas com a utilização de uma arma de choque.
A suspeita da polícia é que o homem dizia ser professor de artes marciais par aliciar as crianças e adolescentes para a sua casa, onde deixava à disposição delas computadores e jogos de videogame. De acordo com a Polícia Federal, no local, o suspeito apresentava filmes pornográficos e fornecia bebida alcoólica e cigarros para as vítimas antes de abusar sexualmente delas, muitas vezes na companhia da mulher. Segundo o inquérito, os abusos ocorriam de forma contínua, o que poderá aumentar a pena imposta aos suspeitos, caso condenados.
Conforme a Polícia Federal, além das crianças e adolescentes já identificados, há a suspeita de que pelo menos mais cinco adolescentes tenham sido vítimas, entretanto, não houve, até o momento, elementos suficientes para o indiciamento.
O casal está preso preventivamente desde 27 de agosto, quando ocorreu a Operação Kame. O inquérito foi entregue para o Ministério Público Estadual nesta sexta-feira. Os crimes de estupro de vulnerável e estupro qualificado têm penas máximas de 15 anos e 12 anos, respectivamente, para cada vítima.